domingo, dezembro 25, 2011

Porta-retrato


Quadrado, velho, de madeira
De valor profundo, pelo menos sentimental.
Se tornara imortal, meio que intimista.
Era minha única referência no apogeu da solidão.
Ai de quem ousasse mudá-lo de lugar,
Gostava dele ali, justamente naquele cantinho.
Trazia-me lembranças,
Faltava-me um afago,
Sentia-me vazio, sombrio.
Mas em meio a distância,
Era apenas eu e o porta-retrato.


quinta-feira, dezembro 15, 2011

Só fala quem tem juízo?


Estou aprendendo a enfrentar meus medos, to engatinhando confesso, mas me troco em mil facetas, sei me virar. Só me jogo na realidade quando o terreno é plano, se não for não piso, não me conformo e ponto final. Aprendo só de olhar, observador nato, autodidata, não sou de perguntar. Prefiro me calar, sou mais de ouvir de analisar, se falo penso, se não penso me contenho, nada de banalizar. A idade explica a razão, a velha e boa experiência ainda faz toda a diferença, estou cansado de mentiras, ando farto de tanta descrença. É bom fechar os olhos em determinados momentos, essa pode ser a melhor forma de se posicionar, só não é bom se acostumar. Acredito muito em percepção, mas não me equilibro nessa variável, até porque já quebrei a cara inúmeras vezes com percepções precipitadas. As palavras devem ser medidas, uma vez ditas, estão livres para serem ouvidas e interpretadas por qualquer sujeito, sendo até mesmo usadas contra quem as ditou. Melhor ser um mudo inteligente, do que ser um falastrão que só diz patacoadas (#fica a dica). A sabedoria de quem fala está no prefixo, no juntar dos argumentos, no pensar principalmente, antes de evaporar qualquer ideia pela boca. Muito mais que uma reflexão, o pronunciar exige respeito, ética e bom senso a que ou a quem nos referimos. A tarefa mais difícil é a de lembrar dessas afirmativas, quando o sangue esquenta, o veneno escorre, e aí não tem jeito, as ofensas são disparadas para todos os cantos, sem escolher vítimas, feito um fuzilar.

domingo, dezembro 11, 2011

Desabafo Cidadão

Cada dia é um imenso risco, perigo constante, incerteza consumada. Olhos atentos, sempre em ação, atitudes suspeitas, latifúndio subterrâneo, reféns do medo instatâneo e do infiltrar do ladrão. A justiça é tardia e o crime é organizado, localizado e alojado logo ali. Adrenalina total, em meio ao caos, terror, pânico, atitude bilateral. Realidade com profundidade abstrata, corda bamba estendida na entrada, na sacada, em qualquer estrada, durante o dia, pela noite, vagando pela madrugada. Não reaja ao pavor, isso é mais rotineiro do que você pensa, fica tranquilo, normal é uma arma apontada pra cabeça, então não estressa, esqueça. Hostilidade permanente, covardes sem coração, violência, morte, falta do amor e da razão. Estamos ao relento, expostos à crueldade e ao forte apego capitalista que impera na sociedade. O foco do problema é a marginalidade, de quem é eleito para reformar e acabam exonerando a verdade, fazem a violação do sistema social, o mau uso do capital. Baita mundo desigual, nas mãos dos poderosos, enquanto quem precisa sobrevive muito mal e não recebem a devida atenção, política sem noção, corrupção. Essa é a chamada transguessão, desvio de valores pra benefício pessoal, ato imoral, mundo animal, com tanta fome e sede, é o país-sede da copa, é o país do carnaval.

sexta-feira, dezembro 02, 2011

ELO

Me aventurar em teus caminhos, perco o meu rumo em desalinho, transformo sua dor em jardim. Vou explorar o teu corpo, dominar o teu fogo, te cobrir de prazer. Desvendar teu mistério, seu olhar é um caso sério, difícil não se apaixonar. Teu sorriso é garantia, compartilha a alegria, faz o astro sol brilhar. Elo de total intimidade, nos meus sonhos a realidade, céu azul que vou colorir. Simplicidade é um dom que nos domina, acalentar é bom minha menina, leve brisa vinda do mar. Agradeço teus cuidados, você me ama e eu me acho, isso já deu pra perceber. Me abraça fortemente, hipnotiza a minha mente, faz meu calor cultivar. Eu incentivo teus passos, me orgulho dos teus atos, pode contar comigo estarei sempre aqui. Ri das minhas palhaçadas, é meu pensamento, minha estrada, é quem me entende e me acata. Te digo besteiras sem sentido, sou muito mais que um grande amigo, sou teu anjo protetor. Nos mais diversos tons, em todos os dialetos, te ofereço meus versos, sem pestanejar, enfim me entrego e declaro o meu amor por você.

quinta-feira, outubro 27, 2011

APRENDIZ DE MIM

Até onde meus limites permitiram eu pude ir, encontrei barreiras, desafios, mas me manti. No começo foi bem difícil, não entendia porque estava ali, naquele lugar sem chão, sem base alguma para por os pés, totalmente diferente do sonho estonteante que eu mesmo havia construído na cabeça. A insegurança tomou conta de mim, percebi que o relógio não me obedecia, tinha vida própria não era eu quem escolhia. Confesso que por vezes me desesperei, chorei, mas não parei. Vivendo nesse grande vazio, tive tempo de me conhecer e valorizar esse barco tão simples e seus navegantes que vivem tão sozinhos e aprissionados, que aprendem por si só. Aprendi a respeitar mais, a escutar mais, aprendi a empatia, revi meu conceitos, pré-conceitos e me desenvolvi. Me relacionei com os mais diversos níveis, pessoas de alta classe, pessoas de bom coração, outras amargas e de frieza visível. Não queria falar, mas falei, o sentimento de explodir falou mais alto, superei a mim e a meus medos. Decidi então conhecer novas águas, desvendar outros caminhos. Conheci novos navegantes, estes mais preparados e instruídos, sem a pureza dos esquecidos. Conheci incríveis lugares, sabores, humores, que até então só ouvia falar. Trabalhei demais, mais que muitos até, mas o trabalho dignifica o sujeito e me sinto confortável por isso, vivi emoções com reações distintas, que agora permanecem na memória, que levo pra vida. E como toda viagem tem seu fim, chega o momento de se despedir, onde a expedição acaba. Deixo esse barco com orgulho, com amigos, com carinho, com experiência, com a lembraça dos números, dos papéis, com lágrimas nos olhos e a certeza de que fiz o meu melhor. Agora sigo o meu destino, rumo a um novo porto, em busca de outras viagens e boas companhias, que ainda pretendo  encontrar nos imensos mares da vida.

quinta-feira, setembro 15, 2011

Por onde Andei

Por onde andei vi pessoas normais, com suas limitações e vivências atemporais. Deparei-me com reações estranhas, paranormais e ocasionais. Vi o respeito sem eixo dissolver num piscar, vi a sombra de um arranha-céu sobre meus sonhos rondar, vi a insegurança se aproximar, quando foi vital tranquilizar, vi o acumulo de riquezas denegrir um caráter, ouvi mentiras ditas como se fossem verdades, vi desvios de conduta desabarem sobre mim, vi o orgulho dividir opiniões e até mesmo coagir, vi o ódio nas paredes com olhar de repulsa, senti a solidão me reprimir aos poucos, lugar oco, feito um poço a me consumir, vi soluços de medo de repente se calar, vi um circo de horrores, mas com seus palhaços a zombar. Antes de mais nada vi que os seres humanos são profanos, insanos, mas racionais com seus temores, amores e o que mais restar. E já pensando ter visto de tudo, pude ver que o vento faz a vida girar, e foi querendo apenas me defender que encontrei nas palavras a ideologia santa para sobreviver.

domingo, setembro 04, 2011

Amor Fênix

Na parede do meu quarto permanece com afeto um retrato de nós dois, que guardo pra lembrar de como tudo começou, pra esquecer de tudo que eu te disse, pra reviver um passado que anda tão presente e persiste. Nunca pensei que viveria emoções tão intensas, momentos de extrema pureza e alegria, os quais você fez par comigo, fui teu parceiro, confidente de prazer, fui teu amigo. Recordações que ainda vivem em mim, e que não se apagará como as luzes no fim de um espetáculo de cores, de magia, de flores. Teu amor pra mim foi poesia, fantasia, estória que gostei de ler. Aliança de costumes, perfumes, teu cheiro ainda existe em mim. É poético saber que não chegamos ao fim, vejo um recomeço, uma nova trama por vir, em meio à ciúmes, conversas, lenções de cetim, o nosso amor se regenera, é forte, é feito fênix pra mim.

sábado, agosto 27, 2011

A Libido

O apagar da mente, faz a alma pulsar. Reprime os desejos, os anseios, só não reprime o pensar. É carnal, é banal tudo que sinto, e mesmo que eu não queira, é necessário, eu preciso. Entre Labirintos e esconderijos eu procuro viver. Teu corpo é chama, me chama, me faz te querer. Percebo o sol, e quando vejo já é a Lua, e o mesmo pensamento é forte, continua, de frente pra mim, nua, sussurra meu nome em tom baixo, pedindo que eu a possua. Que loucura essa loucura, posso dizer que é prazer, mas você também me cultua. Encostar na boca tua, me faz delirar, pirar de tesão, faz meu corpo tremer, intenso deleite, é a libido, involuntário em mim, é ter VOCÊ.

Diego Gomes

sábado, agosto 06, 2011

Intenso Demais


Dizem que ando por aí, que transmito uma luz, que sou egoísta por amar à mim primeiro. Digo a verdade dos meus sentimentos, não experimento antes de expelir. Sou de carne e osso, ninguém me conhece, nem vê o meu troco. Ás vezes aparento tamanha frieza, pura ilusão de quem percebe tanta franqueza, me protejo é do mal e da constante tristeza. Aprecio demais o frio, o sombrio, nada disso me encomoda. O calor é revelador, é quando o tatu sai da toca, é quando a verdade se mostra e provoca. Não consigo aceitar a falsa amizade, uma opinião covarde, uma atitude sem coragem. Prefiro a praticidade das coisas, a sinceridade das respostas, o jeito peculiar dos atos. Odeio frases prontas e criaturas artificiais. Sigo os trilhos que me acrescentam, descarto os devaneios, os males, as consequências banais. Sou impessoal como os não-lugares, sou inconstante, exagerado, ansioso, apressado, sou repleto de defeitos, mas me camuflo, me ajeito. Hoje vejo que amadureci, me sinto bem mais capaz, são inúmeras disparidades, é difícil me definir, sou intenso demais.

terça-feira, agosto 02, 2011

Dissolver e Recompor - Forfun

Eu varro a sala, eu rego as plantas
Abro as janelas pro ar circular
Faço uma faxina pra limpar a casa
Faço uma faxina pra arrumar a vida
Pra dissolver e recompor
Até os infortúnios têm o seu valor
Na oportunidade de aprender com a dor
Portanto, a gratidão jorra pela fonte do meu coração

Tá no interior e ao redor
No trabalhar, no querer
Faz e não dá ponto sem nó
É o mistério, é o poder

Eu varro a sala, eu rego as plantas
Abro as janelas pro ar circular
Faço uma faxina pra limpar a casa
Faço uma faxina pra arrumar a vida
Pra dissolver e recompor
Até os infortúnios têm o seu valor
Na oportunidade de aprender com a dor
Portanto, a gratidão jorra pela fonte do meu coração

Tá no interior e ao redor
No trabalhar, no querer
Faz e não dá ponto sem nó
É o mistério, é o poder


segunda-feira, agosto 01, 2011

A lei da vida



Transformar é arte, faz parte, faz curar,
Construir é pra quem pode, quem tem sorte, 
Pra quem Sonha de verdade e quer realizar.

Quem sabe onde quer chegar,
Tem que ter coragem pra continuar
Mesmo com dor e pesar,
Não perde o brilho no olhar.

A dificuldade nos torna fortaleza,
Ensina a enxegar a beleza,
A agir com extrema destreza.

Cultivar é aprender, é conviver,
Saber de alguém, é proteger,
A vida vive de trocas, é sentimento, é perceber,
Ensolarar para, então, amanhecer.

Porque a vida sem desafio,
Não causa arrepio, é um grande vazio,
Não presta pra nada, ninguém merece viver!


sábado, julho 30, 2011

Nem ESQUENTA!

O planeta começa a esquentar cada vez mais
Racionalizar ninguém quer, nem pensar, Jamais !

Ta na cara o egoísmo intransitivo, cativo e destrutivo
Que ameaça o verde, o azul, o que é Vivo.

O que falta é decoro
Gritar em coro
O Mundo clama por Socorro! 

Ja chega de tanta Ingratidão!
Por quanto tempo ainda dura essa situação?

E a fraternidade?
Por onde anda?
Em que cidade?
Anda sumida, eu sei, é verdade.

O agir é de forma lenta
A Humanidade se afugenta
E a necessidade só cresce, e de forma violenta
E a gente o que faz ?
Áh, a gente nem Esquenta!

Por Diego Gomes

quarta-feira, julho 27, 2011

# PRISSÃO

Céu azul na multidão
Na cabeça um turbilhão
Delírio sem explicação, obsessão, alucinação
Medo do perdão, da repressão, da solidão
Nem tente se quer uma aproximação
Mais que situação!?
Escravidão ou proteção?
Eis a questão.
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